delírios de momento

23 janeiro 2006

19 de março

22h40. um bar desconhecido.
a porta abre.
há 10 metros de distância e entre muitas pessoas, eles já se vêem.

ela: calça jeans, regata branca, colar de coração no pescoço, cabelos soltos.
ele: calça jeans, camiseta laranja, piercing na sobrancelha e cabelo moicano.

o resto do ambiente desaparece. por um segundo, silêncio. eles só ouvem a batida dos seus próprios corações, acelerados.

ela nem pensa mais nada direito, só sente. parece que uma onda gigante se move dentro do seu corpo.
a partir daí as atitudes são pensadas em cada segundo, centímetro. mexo o cabelo? dou um sorriso? será que é melhor ficar de pé ou sentada? tá todo mundo descendo pra ouvir a banda, será que ele vai também? nossas amigas querem sentar numa mesa lá fora, bem que ele podia ir junto, dá pra gente conversar... já sei, foto! vou pedir pra ele tirar uma foto nossa, aí ele tem que ficar aqui por perto...

quando ela entrou, o olhar dele não tinha outra direção, não tinha como ir pra outro lugar: tinha que fitar aquela menina. o primeiro pensamento: muito prazer, mulher com quem eu quero viver o resto da vida!!! ele queria pular em cima e não deixar ninguém mais chegar perto. essa é a amiga que as gurias iam trazer? como eu nunca a conheci antes? um amigo ao lado faz um comentário a respeito dela, mas ele não deixa. nem vem, ela é minha! EU que vou ficar com ela.

00h20. Hora de ir pra outra festa. as amigas saem do bar, ela vai junto. ele vem também? temos que esperar, pensa ela já entrando no carro. dali, ela vê ele abrindo a porta do bar. ele chega próximo ao carro e fala com a amiga pra se encontrarem lá na frente. os dois sentem uma mesma alegria contagiante, misturada a um grande nervosismo e ansiedade. Eles terão a noite inteira próximo um do outro.

ele faz o caminho todo logo atrás delas. e do estacionamento da festa até a entrada, os dois já vão conversando. parecem esquecer que têm mais companhia. mas nenhum dos dois se sente seguro o bastante de que o outro tem algum interesse.

fila pra entrar. e por necessidade, cada um vai pra um lado. ela entra antes. e já na festa, procura ficar num lugar que seja fácil dele encontrá-la. Ele tinha o nome na lista, por que está demorando tanto? Ele, tendo problemas para entrar, nem pensa duas vezes e paga o ingresso: ELA tá lá dentro...não posso deixar de entrar! ele a encontra. dançam os 4 juntos: ele, ela e as duas amigas. outros conhecidos vêm e vão. e os dois ali, esperando o momento que algum deles tomaria maior coragem pra se aproximar. - será que ele está interessado como eu? será que vai chegar mais perto, ou eu devo me aproximar e arriscar? não vou falar nada com as gurias pra não dar azar... - será que ela veio pra essa festa pra encontrar outra pessoa? uma mulher assim não vai ficar muito tempo sozinha, eu tenho que fazer alguma coisa!! Não consigo ler sinais claros de interesse dela, mas azar, tenho que arriscar... ele olha pra ela e sorri. ela parece sorrir de volta, mas logo muda o olhar de direção. ela não está sabendo como agir, mas ele não vê isso. tem receio da falta de interesse dela. ele se aproxima e fala alguma coisa no ouvido. ela mal entende o que é, mas tenta manter a conversa. precisa achar um jeito de dar mais atenção pra ele. as amigas a chamam pra mostrar alguma coisa, ela sai de perto... lá se foi o plano.

mas, de repente, os dois estão sozinhos... os amigos que estavam por perto, saíram. eles estão no meio da pista de dança, rodeados de pessoas, mas naquele instante, sozinhos. ele olha pra ela e sem dizer mais nenhuma palavra, a beija. um beijo de alguns segundos, que vai durar a vida inteira.

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