delírios de momento

24 março 2007

dura realidade

Descobri que, ou eu me mexo logo, ou a minha inquietude artística vai ter que ser abafada, porque eu não tenho o dom para nada concreto ou deixei passar a oportunidade de aprender. Hoje, não sei fazer nada que mostre ao mundo quem eu sou. Tenho essa vontade de expressão, mas não sei me expressar de outra forma que não seja vivendo. Eu não tenho nada que eu possa fazer para que as pessoas vejam e saibam quem eu sou. Eu não sei desenhar, não sei escrever romances, ou contos, muito menos poemas, não sou capaz de colocar uma idéia legal num roteiro para um filme, não sei captar as imagens de uma forma legal em fotografia... cantar até eu tento, mas não sei compôr e isso que mostraria quem eu sou, o que eu penso. Assim, eu não vou deixar nada de concreto nessa vida. Só conversando eu consigo me expressar bem. As pessoas têm que conviver comigo para saber quem eu sou, então, depois que eu for, nada ficará (não que seja essa a razão de se ter algo concreto para fazer nessa vida). Amo dançar e, se eu tivesse investido nisso, talvez tivesse algo para me expressar. Tudo que, hoje, eu posso fazer por mim, pro meu crescimento, vem da vivência, do momento comigo. Ao menos acho que escolhi o caminho certo na profissão, pois a minha principal ferramenta de trabalho é o contato com as pessoas. Mas eu queria ser algo além de mim mesma. Ser literatura, ser música, ser uma pintura. Queria saber fazer uma dessas coisas que as pessoas pudessem me ver através dela. Porque no fundo, só convivendo comigo, elas não conseguem me ver de todo.

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